
Recrutar é muito mais do que escolher um nome em um currículo. Ao longo desses 15 anos atuando em Recursos Humanos, especialmente em recrutamento e seleção, percebi que esse processo é uma das decisões mais estratégicas de qualquer negócio. Uma contratação bem feita pode impulsionar crescimento, inovação e engajamento. Já uma contratação equivocada pode custar caro — não apenas em números, mas em clima organizacional, motivação e até mesmo na credibilidade da empresa.
O peso invisível de uma contratação errada
Em uma das minhas experiências, vi uma vaga ser preenchida às pressas. O candidato atendia aos requisitos técnicos, mas estava desalinhado com a cultura da empresa. Em poucos meses, a equipe sofreu impactos: conflitos internos, queda na produtividade e, ao final, turnover. O custo de abrir novamente o processo foi muito maior do que se a decisão tivesse sido mais criteriosa desde o início.
Esse episódio me ensinou que contratar não é apenas preencher uma cadeira. É escolher quem vai caminhar com a empresa e contribuir para o futuro dela.
Currículo não conta toda a história
Ao longo da carreira, entrevistei candidatos impecáveis no papel. Experiência sólida, certificações relevantes, histórico impressionante. Mas, durante a conversa, percebia que algo não se encaixava: valores desalinhados, expectativas irreais ou simplesmente falta de aderência à cultura da organização.
Esse contraste mostrou que um bom recrutamento vai além de avaliar competências técnicas. Ele exige enxergar o que não está escrito: valores, propósito, visão de futuro e potencial de crescimento.
O dilema da pressa x assertividade
Muitos empresários compartilham comigo a mesma angústia: “preciso preencher essa vaga ontem”. É compreensível, afinal, cada dia com uma posição em aberto representa impacto direto no negócio.
No entanto, já acompanhei inúmeros casos em que a pressa resultou em uma escolha equivocada. Poucos meses depois, lá estava a vaga aberta novamente, trazendo os mesmos desafios: tempo perdido, custos acumulados e equipes sobrecarregadas.
O equilíbrio está em unir agilidade com assertividade. Processos estruturados, metodologias modernas e ferramentas adequadas tornam possível contratar rápido sem abrir mão da qualidade.
Da experiência à prática: um olhar estratégico para o recrutamento
Esses aprendizados foram fundamentais para a forma como hoje enxergo recrutamento e seleção. Eles também serviram de inspiração para a criação da iaJob, uma plataforma pensada para apoiar empresários e recrutadores a tomarem decisões mais seguras, ágeis e humanas.
Acredito que cada contratação é uma decisão estratégica — não apenas para o presente, mas para o futuro da empresa. Olhar para além do currículo, respeitar a cultura e equilibrar rapidez com assertividade são passos fundamentais para construir equipes sólidas e negócios sustentáveis.
Atualmente em 2025, diante de tudo que vivi, chego a conclusão que contratar não é apenas um processo operacional de RH, é uma das escolhas mais estratégicas de uma organização. Quando feito com visão de longo prazo, o recrutamento deixa de ser apenas uma resposta à urgência e se torna uma poderosa ferramenta de crescimento.
E aí na sua empresa, como vocês têm conduzido esse processo hoje?
Estão olhando apenas para currículos ou também para cultura, propósito e futuro?

Mirella Ribeiro
CEO da iaJob, especialista em Recrutamento & Seleção, Treinamento & Desenvolvimento, Business Partner e gestão de pessoas há mais de 15 anos.